Ao invés de minérios alienígenas inexplicáveis ou malucas viagens no tempo, "Generals" tenta ser mais realista, com ação e exércitos compostos por veículos e soldados menos impossíveis, e uma divisão de facções assustadoramente atual: Chineses, EUA e terroristas vagamente árabes. Considerando que o jogo é da mesma empresa que recolheu uma versão anterior por trazer o World Trade Center na capa, essa combinação só conseguiu sobreviver de uma única maneira: remoção total e completa de qualquer coisa que lembre uma trama. Cada missão é exageradamente genérica, e você não sente uma evolução no roteiro - apenas na dificuldade da missão.
Uma vez no campo de combate, veteranos da série perceberão que a interface foi mudada para lembrar o jogo da Blizzard, com orientação horizontal, mas funcionalidade parecida. Aqueles que se acostumaram com ordens no botão direito do mouse também vão estranhar a maneira como se comandas as tropas - mas isso é apenas um detalhe para os entusiastas.
Novos cenários
O primeiro maior choque está nos gráficos: cidades inteiras são recriadas em 3D, com detalhes como prédios, inocentes e água mostrando uma qualidade visual inédita nos games de estratégia em tempo real. Infelizmente, o segundo choque está no preço: mesmo com uma máquina bastante possante, a maioria dos seus soldados atravessa cidade tão lentamente que você praticamente vai ouvir "Carruagens de Fogo"... para esse estilo de jogo, isso não pode ser desculpado.
O terceiro, e realmente impactante choque, está nos ambientes destrutíveis. É possível derrubar prédios, represas, torres, pontes e outros pedaços do cenário, usando seus destroços de maneira estratégica. Dado o ambiente mais urbano do game, esse é possivelmente a parte mais interessante do game.
Originalmente, o título de "Generals" vinha da escolhe de um general específico, que definia uma força especial da sua tropa - unidades aéreas ou tropas terrestres, por exemplo. Essa opção foi sumariamente removida e trocada por um sistema de experiência: à medida que você vai matando inimigos, seu general vai sendo condecorado e pode ir "comprando acesso" a novos recursos como ataques de mísseis e outras opções.
Qualquer semelhança... NÃO é coincidência
Um dos melhores aspectos do jogo, e provavelmente sua salvação, são as três facções. Ainda mantendo um ar politicamente incorreto, o game é um pouco "real" demais, mas definitivamente funcional e equilibrado. Os chineses são numerosos, suas unidades baratas e seus ataques nada discretos. Os americanos contam com tecnologia de ponta e recursos variados, enquanto os terroristas do Exército de Libertação Global são - bem - versáteis: eles se regeneram com extrema facilidade, se locomovem através de redes de túneis, usam ataques discretos como carros-bomba e não temem o uso de armas biológicas. A mecânica entre os esses três times é perfeita, e dá muita força à opção multiplayer.
C&C Generals Zero Hour
Quem segue de perto esta excelente série, deve estar neste momento muito contente, até porque oferece os melhores visuais gráficos de que há memória e o caso não é para menos.
É pois nestes mesmos gráficos visuais em forma de vistosos cenários onde colocaram as diferentes peças de guerra que os jogadores têm o prazer de entrar para a história mundial, seguindo o rumo de um simples general.
Mas pasme-se o mais púdico, é que Zero Hour tem história e se forem atentos, a mesma é idêntica à realidade do mundo actual. A força terrorista dos GLA sofreu no último jogo uma dura derrota e jura vingança.
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Por Gustavo Mello
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